A greve dos professores da rede municipal de Salvador completa 30 dias nesta semana, com impacto direto na rotina de milhares de estudantes da capital baiana. A paralisação, liderada pela APLB Sindicato, reivindica reajuste salarial, melhores condições de trabalho e o cumprimento de acordos anteriores firmados com a Prefeitura.
Durante o último mês, as escolas municipais permanecem de portas fechadas, afetando cerca de 140 mil alunos, segundo dados da Secretaria Municipal da Educação (SMED). Entre as principais pautas da greve, os educadores cobram a aplicação integral do Piso Nacional do Magistério, além de melhorias estruturais nas unidades de ensino e garantia de progressão de carreira.
Apesar do ime nas negociações, a Prefeitura de Salvador anunciou, nesta quarta-feira (4), que irá abrir as escolas da rede para a distribuição de alimentos aos alunos. A medida tem como objetivo minimizar os efeitos sociais da paralisação, especialmente no que diz respeito à segurança alimentar de crianças e adolescentes que, muitas vezes, têm a merenda escolar como uma das principais refeições do dia.
Em nota, a gestão municipal informou que a distribuição seguirá um cronograma específico, respeitando os protocolos sanitários, e será realizada pelas equipes das escolas, com apoio da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre).
“Nosso compromisso é garantir que nenhum aluno fique desassistido neste período de suspensão das aulas presenciais”, destacou o secretário municipal da Educação, Thiago Dantas.
Já o sindicato que representa os professores afirmou que a greve continua e que a categoria permanece aberta ao diálogo, desde que a Prefeitura apresente propostas concretas que atendam às reivindicações. “Estamos lutando não apenas por salários dignos, mas por uma educação pública de qualidade para todos os nossos estudantes”, declarou a coordenadora-geral da APLB, Marilene Betros.
Enquanto o ime permanece, pais e responsáveis demonstram preocupação com a continuidade do ano letivo e com o bem-estar dos alunos. “Meu filho depende da merenda da escola e está há um mês sem aulas. É muito difícil”, relatou Maria de Fátima Souza, mãe de um estudante da rede municipal.
A greve segue sem previsão de término. Uma nova rodada de negociação entre o sindicato e representantes da Prefeitura está prevista para a próxima semana.